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quarta-feira, 16 de maio de 2012

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SALA DE INTEGRAÇÃO E RECURSOS DA EMEF AFONSO GUERREIRO LIMA



           A Sala de Integração e Recursos da EMEF Afonso Guerreiro Lima é um espaço muito próprio de experiências múltiplas visando a aprendizagem do aluno com necessidades especiais.
Há diversos recursos desenvolvidos para estimular o interesse e a motivação desses alunos.
Conforme relatos da professora Ângela Figueiredo, dá-se relevância a jogos e brincadeiras para que, de uma forma lúdica, o aluno venha a despertar o interesse pelas atividades realizadas na escola. Embora seja uma forma diferente, após as brincadeiras, utiliza-se atividades desenvolvidas em aula pelos professores e que devem ter relação direta com a que o aluno vivencia na SIR.
Uma das brincadeiras de grande interesse das crianças são os jogos de quebra-cabeça, onde os alunos estabelecem relações de análise e síntese, além de ser importante para o desenvolvimento da atenção e destreza.
As brincadeiras que simulam atividades presentes no dia a dia das crianças, também se encontram retratadas lá, como por exemplo, brincar de fazer comida, utilizando-se de  artefatos como panelas e fogão.
Segundo os dizeres da professora Ângela Figueiredo: “ O aluno especial necessita de atividades que prendam e despertem seu interesse, uma delas é o simples brincar de fazer de conta”.
Outra atividade muito apreciada é o jogo da corrida com os carros. Eles utilizam-se de um tabuleiro gigante, onde está desenhado a trilha. Os alunos iniciam jogando um dado. Caso por exemplo dê 3 no dado, ele deverá avançar 3 casas, ou seja, observará a indicação. Se cair numa casa em que a regra é para parar, abastecer o carro, logo deverá obedecer e cumprir o que foi determinado.   O aluno deverá ter atenção e seguir corretamente as regras dadas pelo jogo. Será campeão aquele que primeiro conseguir concluir.
Uma atividade divertida e que é de interesse dos alunos é vestir-se e utilizarem máscaras, perucas, óculos... e assim poderem extravasar sentimentos.
A professora conta que para alguns alunos que tem verdadeiro fascínio pelo programa Chaves, adoram realizar brincadeiras envolvendo os personagens.
Outro dia, conforme relatos da professora Ângela, um aluno percebendo um dos bonecos da série, avidamente quis pegá-lo e repetir como ele age. “A tendência das crianças é repetir o que os atores fazem, até por imitação. Os pais devem ficar atentos, pois muitas vezes eles são agressivos e as crianças acabam repetindo o que veem. Cabe a eles, intervir e explicar que essa não é uma atitude correta."
A professora da SIR mostrou um recurso utilizado para as crianças que apresentam dificuldades motoras, que é o uso de um painel que prende-se nas mesas. Ele apresenta várias faixas com velcro. O aluno pegará o desenho com a escrita da palavra e posteriormente, tentará achar as partes da mesma. Ao achá-la colará no velcro. Caso o aluno já consiga escrever, prende-se uma folha A3 na mesa em suas extremidades e com o auxílio do pincel atômico o aluno tentará escrever a palavra do exercício anterior até como reforço da atividade.
Para finalizar as atividades Ângela mostrou uma colméia, que faz parte da tecnologia assistiva que serve para alunos com Necessidades Especiais  que tenham dificuldade motora. Esse equipamento facilita para o aluno na utilização de teclas do computador.
Através dessa exposição de atividades podemos perceber a importância dos alunos atendidos pela SIR onde, além de brincadeiras, jogos e atividades como o simples brincar de faz de conta podem estimular os alunos com Necessidades Especiais.





terça-feira, 15 de maio de 2012


SIR (Sala de Integração e Recursos)

A Sala de Integração e Recursos da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre constitui-se num espaço e numa modalidade de trabalho pedagógico, especialmente planejado para a investigação e atendimento aos alunos do ensino regular e especial que, por apresentarem necessidades educativas especiais, necessitam de atendimento complementar e específico que venha a contribuir para sua adequada integração ao ensino regular.


OBJETIVOS

A SIR está voltada ao atendimento das especificidades e diversidades dos alunos oriundos do ensino regular e especial. Tem como objetivos:

·                    Avaliar, junto ao setor pedagógico, a situação do aluno que apresenta indicação de um trabalho mais específico;
·                    Estabelecer investigação individualizada buscando identificar possibilidades de aprendizagem, potencialidades, bem como carências;
·                    Planejar a modalidade de atendimento na SIR e de acompanhamento na escola;
·                    Assessorar os serviços da escola de origem do aluno quanto as possíveis investigações;
·                    Planejar o trabalho didático-pedagógico a ser desenvolvido, sendo este com ênfase no processo de alfabetização;
·                    Contatar com a família do aluno sempre que necessário, para firmar acordos quanto a ações a serem estabelecidas;
·                    Acompanhar o aluno no seu cotidiano escolar, através de trocas de informações com os profissionais que atuam com o mesmo, ou fora do âmbito escolar quando estes são atendidos por outros especialistas;
·                    Valorizar as realizações do sujeito, substituindo o temor do fracasso escolar pelo encorajamento de seus esforços e progressos alcançados.


DINÂMICA DE TRABALHO

Num primeiro contato é informado a cada escola o número de vagas que tem na SIR. Este levantamento é feito de acordo com o número de alunos matriculados que fazem parte da clientela à qual se destina esse serviço.
O Serviços de Orientação Pedagógica e os professores priorizam os alunos que serão encaminhados para avaliação na SIR. Após esta definição será preenchida a ficha de encaminhamento com os pareceres do orientador e do professor, ressaltando aspectos significativos que justificam tal encaminhamento.

De posse dos pareceres e após análise dos mesmos, os professores da SIR discutirão com os serviços da escola, quais os alunos elegíveis ou não, e aqueles que sugerem outro tipo de intervenção que não a da SIR.

Definidos os alunos, as próximas etapas, de acordo com o Documento Referência da SIR (SMED/POA,1998),  são:

1ª Etapa: Será realizada inicialmente uma observação do aluno em seu contexto escolar. Isso porque faz-se necessário o conhecimento da realidade que por hora é significativa para este aluno em função das dificuldades apresentadas.
Neste momento se estará atendendo às diversidades de relações do aluno no âmbito escolar.
2ª Etapa: A fim de estabelecer com a família um contato relativo ao trabalho a ser desenvolvido, promove-se nesta fase um encontro com os responsáveis pelo educando em questão.
3ª Etapa: Passamos então, à avaliação com o aluno na sala da SIR contemplando dois encontros individuais semanais. Procurar-se à não ultrapassar o limite de oito encontros. Esta etapa tem como finalidade estabelecer uma investigação individualizada buscando identificar possibilidades de aprendizagem, potencialidades, dificuldades, com o objetivo de levantar possíveis intervenções para a qualificação do trabalho em sala de aula e/ou para encaminhamentos à especialistas e/ou orientações à família.
4ª  Etapa: Elaboração, por parte do professor da SIR, de um relatório da avaliação que se constituirá dos acordos e contratos feitos da devolução à escola
5ª Etapa: Consiste no planejamento do trabalho didático e/ou intervenção psicopedagógica a ser desenvolvida por parte dos professores da SIR e da aula de aula. As aprendizagens escolares, sociais, afetivas; as atividades; a metodologia de trabalho; o material didático necessário; a duração e a freqüência do atendimento, entre outros.
6ª Etapa: Após o termino da avaliação os responsáveis pelo aluno serão chamados à SIR onde tomarão conhecimento das conclusões à que chegaram SIR/Escola e da proposta de trabalho a ser realizada.
7ª Etapa: É o momento da intervenção na qual se efetiva o atendimento específico, a cargo do profissional da SIR. A modalidade de atendimento em consideração, critérios para a indicação do melhor espaço de trabalho. Para que o aluno não tenha prejuízo no trabalho desenvolvido em sala de aula o atendimento se dará em horário oposto ao escolar, oportunizado, assim, um tempo a mais com as questões da aprendizagem.
8ª Etapa: Trata-se do acompanhamento deste aluno para avaliar a adequação às suas necessidades e propiciar informação útil que permita uma revisão periódica do planejamento.
9ª Etapa: A partir do momento em que o aluno obtiver avanços significativos no contexto escolar, podendo da SIR, e que a escola sinta-se preparada para assumir as diferentes situações que este educando possa apresentar no decorrer da construção do conhecimento, ele será desligado da mesma.
Através de um fórum de discussão com a assessoria se chega a um consenso quanto ao momento do desligamento do aluno que freqüenta a SIR, não deixando de levar em consideração a garantia de um acompanhamento assistemático após este desligamento.








segunda-feira, 14 de maio de 2012

Educação inclusiva

                


A inclusão escolar e seus paradigmas
A discussão sobre a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais em escolas ditas ‘regulares’ vem ganhando maior dimensão nos últimos tempos.
A função social da escola é a de formar seus alunos para que sejam cidadãos justos e livres de qualquer preconceito.
A discriminação e o preconceito ainda são predominantes na maior parte dos espaços sociais, principalmente no ambiente escolar. Partindo do pressuposto que muitos professores ainda acreditam que a inclusão escolar é apenas social, mascara-se a realidade quando afirmam fazer parte de uma educação inclusiva.

O fato de uma escola receber alunos portadores de necessidades especiais não quer dizer que esta escola esteja preparada para tal. Este educando acaba muitas vezes sendo marginalizado e excluído das atividades propostas pela escola, por não poder contribuir da mesma forma que os demais alunos.

O processo de inclusão escolar tem como pressuposto a mobilização da sociedade para um novo olhar frente às diferenças humanas, elegendo-as como um valor a ser assumido por todos, partindo do princípio de que a principal característica do ser humano é a pluralidade, e não a igualdade ou a uniformidade.
Conforme estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96 os alunos que apresentam necessidades educacionais especiais devem ser matriculados na Rede Regular de Ensino. O Brasil é também signatário de várias declarações internacionais que sinalizam a educação inclusiva como o compromisso dos próximos anos no cenário mundial.
Ao iniciar esse ensaio convém que se defina a palavra Inclusão. Para o dicionário Aurélio (1993) incluir (inclusão) é o mesmo que compreender, que por sua vez quer dizer entender, alcançar com a inteligência.

Em entrevista à Revista Nova Escola (Maio/2005), Maria Teresa Eglér Mantoan, define inclusão como: “É a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção.”

A atitude de quem não permite aos deficientes serem incluídos em salas regulares é, de certa forma, semelhante à atitude que os antigos tinham. Embora não eliminem literalmente tais crianças, as excluem do seu convívio e as condenam a viverem segregadas por toda a vida.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 10% da população mundial têm necessidades especiais. Se este percentual for aplicado ao Brasil, nós teremos cerca de 18 milhões de pessoas com necessidades especiais. De acordo com a Sinopse Estatística da Educação Básica/Censo Escolar de 1998, do MEC/INEP, haviam 293.403 alunos matriculados em estabelecimentos escolares (que não quer dizer, o mesmo que instituições convencionais). Ora, se, segundo a estimativa da OMS, o Brasil realmente tiver de fato 18 milhões de deficientes, estes pouco mais de 293 mil que se encontram matriculados é apenas uma ínfima parte desta população.

 A Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001, que aprova o Plano Nacional de Educação. O capítulo 8 do PNE é destinado à Educação Especial. Este documento tece um diagnóstico e traça as diretrizes, objetivos e metas para os próximos 10 anos. Segundo o PNE, a oferta de educação especial poderá ser realizada de três formas: participação nas classes comuns, sala especial e escola especial. Sendo que, as salas e escolas especiais devem ser apenas para aqueles que realmente não puderem ser atendidas nas salas convencionais.
É preciso refletir sobre o fato de que, na tentativa de inclusão, muitas vezes, se coloca todos os alunos numa mesma categoria de aprendizagem, generalizando o processo, em detrimento das necessidades educacionais especiais de cada indivíduo.
Inclusão de alunos com necessidades especiais não significa igualá-los, mas dar a eles o direito de ter ingresso e permanência no ensino regular para uma educação com qualidade, atendendo suas necessidades, desafiando e desenvolvendo suas possibilidades.
A legislação argumenta a favor da igualdade, porém, na realidade escolar, pratica-se a desigualdade, ao se pensar que todos vão ter sucesso na escola regular, sem que haja atendimento especializado.
 É importante sinalizar a importância para os alunos com necessidades especiais, bem como para os professores que os atendem nas salas de aula regular, de um apoio especializado, sistemático e qualificado. Prega-se a educação como o futuro da nação, mas se continua a investir pouco, desprestigiando ações diferenciadas que possibilitem aos sujeitos que apresentam deficiências usufruírem de uma educação de qualidade. O apoio a professores e alunos no processo inclusivo faz parte das ações necessárias ao sucesso da proposta.
Como nos afirma Carvalho:
 Pensar na inclusão dos alunos com deficiência(s) nas classes regulares sem oferecer-lhes a ajuda e apoio de educadores que acumularam conhecimentos e experiências específicas, podendo dar suporte ao trabalho dos professores e aos familiares, parece-me o mesmo que fazê-los contar seja como número de matrícula, seja como mais uma carteira na sala de aula (2004, p.29)

Dessa maneira o apoio a ser oferecido deve ser dado, fundamentalmente, por um profissional habilitado em educação especial, que é especializado em conhecimentos teóricos e práticos sobre a pessoa com deficiência mental. É conhecedor da realidade do processo inclusivo e do papel importante da qualificação dos espaços escolares, da formação qualificada dos profissionais da educação e do necessário apoio aos professores, alunos, famílias e comunidade.
É importante salientar que a inclusão não é sinônimo de desmonte da educação especial, e que esse desmonte, se houver, não garantirá o sucesso escolar das crianças com necessidades educacionais especiais. Contudo, o que parece estar acontecendo em muitos casos de inclusão escolar é apenas a transferência dos alunos da educação especial para a educação regular, sem um atendimento de acordo com as necessidades e especificidades de cada sujeito, tal como deveria ocorrer de fato.

Nessa perspectiva, inclusão escolar não é manter todos os alunos no mesmo espaço físico, ou seja, na mesma sala de aula, por quatro (4) horas diárias, participando, ainda que “supostamente”, de todos os momentos planejados pelo professor. Ao contrário, é preciso oferecer a cada aluno as situações de aprendizagem que melhor atendam às suas necessidades e que promovam seu sucesso construindo, através dessas ações pontes para a conquista do saber. Sendo assim, considero uma escola especial também um espaço inclusivo, desde que as práticas pedagógicas exercidas nela sejam verdadeiras e primem pela construção do saber.

Entendo que a concepção de inclusão escolar, como profissional, é aquela que exige o direito de igualdade de oportunidades, o que não significa um modo igual de educar a todos, mas sim, poder oferecer a cada sujeito o que melhor atende às suas necessidades em função de características individuais, interesses e possibilidades. A efetiva inclusão envolve educar com eqüidade, qualidade e responsabilidade.

Pensar numa educação inclusiva significa, antes de tudo, respeitar a diversidade das pessoas, e, sobretudo, respeitar os diferentes saberes dos diferentes sujeitos que convivem num mesmo espaço, seja ele escolar, seja ele social. É aceitar nossos não-saberes e aprender com os outros usufruindo dos conhecimentos por eles construídos na perspectiva de um crescimento interpessoal para o desenvolvimento de um projeto maior. É, com certeza, não instituir sistemas paralelos, mas integrados em ação cooperativa e responsável para a construção de uma sociedade sem barreiras atitudinais, sociais, e de conhecimento do mundo frente às transformações científicas e tecnológicas que dele fazem parte.


BIBLIOGRAFIA

- BRASIL. Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília/DF, v. 134, n. 248, 23 dez. 1996. Seção I, p. 27834-27841.
- BRASIL Ministério da Educação e do Desporto – Sec. de Ed. Especial. CARVALHO, Erenice Natália Soares. Ed. Especial – Deficiência Mental. Brasília, SEESP, 1997. (p. 5)
- INCLUSÃO ESCOLAR: levantando possibilidades, encarando as dificuldades      – Disponível em:

- Inclusão: A escola está preparada para ela? – Disponível em:
- Maria Teresa Eglér Mantoan: professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas.